Impostos e Tributos

Quando o peso fiscal vem da falta de adequação

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6/11/25

Com a aprovação da Reforma Tributária, o sistema fiscal brasileiro dá um passo histórico rumo à unificação e simplificação, pelo menos no papel. Mas, na prática, a transição entre o modelo anterior e o novo ambiente de IBS – Imposto sobre Bens e Serviços e CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços exige muito mais do que uma leitura de legislação: exige revisão estratégica de todo o funcionamento tributário das empresas.

 

A substituição dos tributos indiretos (ICMS, ISS, PIS, Cofins, IPI) por um modelo dual baseado em bens e serviços muda as regras do jogo. As empresas precisarão reavaliar fluxos de créditos, revisar cadastros fiscais, ajustar contratos, reformular precificações e rever regimes especiais de tributação. A reforma cria um novo mapa, mas um mapa, sozinho, não garante o caminho certo, é preciso saber interpretá-lo.

 

O mito da carga tributária inevitável permanece, mas com um novo disfarce: o da inércia dianteda mudança. Muitas empresas ainda acreditam que a simplificação resolverá automaticamenteos desafios fiscais, quando, na verdade, o que a reforma faz é redistribuir a complexidade e exigir uma nova postura de gestão e conformidade.

 

Adequar-se ao novo modelo é mais do que uma obrigação, é uma oportunidade de identificar gargalos, otimizar créditos, corrigir distorções e alinhar o jurídico e o financeiro sob uma lógica de previsibilidade.

 

O impacto da Reforma Tributária será tão positivo ou negativo quanto o nível de preparação de cada empresa. E, no fim, é isso que define o novo cenário: a lei muda, mas quem não se adequa continua pagando o preço da velha estrutura.

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